Se eu sou sonho teu,
você é aquela que me sonha.
A que entre linhas me leu
e que em rimas me desfronha.
Sou teu, sem fim nem começo,
se minha doce sonhadora és.
E tudo é um infinito tropeço
em deleite, rumo aos teus pés.
Mas permita-me sonhar-te,
no balanceio do delírio.
Onde olhar-te é pura arte
e beijar-te, um calafrio.
Ou sonhemos juntos o pecado
da ânsia que enlanguesce
do sonho negro fatigado
e do amor que nos anoitece.